Gregoria Galeano

1944 - 2020

Cultivava alecrim para perfumar o chimarrão que tomava todos os dias.

Era mais conhecida como Dona Grega e servir a Deus era sua paixão. Evangélica, ia sempre à Igreja e tinha como maior sonho ver sua família reunida no momento da oração. Sua casa estava sempre aberta para receber quem precisasse de ajuda.

Era muito afetuosa com a família e amada por seus nove filhos. Tinha uma ligação muito forte com seu neto William, que morava com ela e a chamava de mãe. O amor era tão grande que ela fazia questão de ligar para ele no intervalo do trabalho, para saber o que tinha comido. Ao voltar para casa, perto da meia-noite, ele sempre encontrava comida pronta, feita com amor e carinho, e o sorriso de Dona Grega, que acordava apenas para saber como tinha sido seu dia. Ao falar da avó, William diz: "Ela sempre foi tudo de mais importante na minha vida".

Amava plantar: tinha horta e jardim, onde cresciam várias flores e legumes. Quando estava em época de abóbora, fazia doce e distribuía para os netos. Com o passar dos anos, teve problema no joelho, o que dificultava seus trabalhos. Mesmo assim, ainda cultivava rosas e claro, alecrim, que colhia para colocar no chimarrão. Aos sábados à tarde, reunia filhas e netas para tomar a bebida e aquecer os corações.

Estava ansiosa para comer jabuticaba do pé que tinha plantado recentemente. Trazia os ingredientes da horta direto para o fogão à lenha, onde preparava batata-doce e pinhão, e juntava a família, principalmente no frio, para se aquecer durante a janta. Nesse fogo, ela também colocava a casca da laranja para fazer chá. William era apaixonado pelas comidas da avó e lembra, com amor, do frango com polenta e molho de tomate e dos bolinhos fritos de massa de pão.