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João Maria Bezerra de Sousa

1965 - 2020

Contagiava todos com as suas brincadeiras. Do seu lado ninguém se lembrava de ser triste.

“Namoradeiro”, João Maria não gostava de ser chamado de velho.

Vaidoso, estava sempre perfumado. E sem os seus anéis, cordões e pulseiras, sentia-se nu.

Estava sempre feliz e à disposição para uma cervejinha e um forró. E também para ajudar quem precisasse.

“As lembranças são todas da minha infância. Quando eu tinha seis anos, ele separou-se da minha mãe. Desde então eu escolhi morar com ele. Foi minha mãe e meu pai. Me levava à escola, me colocava pra dormir e até nas festinhas de Dias das Mães da escola ele ia, sempre com muito amor”, relembra Eliziane, uma de suas quatro filhas.
João Maria foi segurança, amigo, pai e mãe.

Esteve sempre presente, e por isso, jamais será esquecido.

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Foi filho, pai, amigo e avô. Uma pessoa amiga, "pau pra toda obra".

Era um homem trabalhador e dedicado à família, mas separou de sua esposa e começou a curtir a vida. Adorava tomar cerveja, ir ao forró para paquerar... foi sempre muito galanteador e, por onde passava, deixava sua alegria e o seu assobio - que só ele sabia fazer - é inesquecível!

Foi camelô, vigia, porteiro e segurança muito dedicado aos seus trabalhos.

A filha Débora conta: "Ele era de sorriso fácil, foi uma pessoa feliz. Era orgulhoso de suas filhas e netos e virava um leão pra protegê-los".

Você sempre será lembrado com muito carinho, amor e respeito.

Débora finaliza sua homenagem dizendo ao pai: "Te amarei pra sempre".

João nasceu em Pedro Avelino (RN) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 54 anos, vítima do novo coronavírus.

Jornalista desta história jornalista Gustavo Kosha, segundo tributo apurado e editado por Lígia Franzin, em 25 de setembro de 2020.