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Marilza Aparecida Fontes

1968 - 2020

Uma pessoa introvertida e um pouco carente. Sonhadora, amorosa com os sobrinhos: os filhos de coração.

De tanto ser chamada de Marilzinha, o apelido dela acabou sendo resumido apenas para Zinha.

Era uma, dentre os nove filhos de Dona Carmezinda. Sua simplicidade encantava quem a conhecia. Solteira, não tinha filhos. Era introvertida, uma pessoa mais fechada, um pouco carente, mas nem por isso deixava de ser sonhadora e amorosa.

Sonhava em constituir sua própria família, ter seu apartamento, mas "era difícil sair de casa e de perto da mãe, que ela tanto amava", conta o irmão Marcos.

O amor pelos sobrinhos era especial, aí a Zinha se derretia de muito, mas muito carinho. "Para a sobrinha Lara, sempre comprava um presentinho. Com o André, o seu Dedé, sobrinho querido, às vezes até dormia junto", relembra Marcos. Os passeios com eles eram motivo de muita diversão.

Zinha também era alegria e risadas. Tinha um jeito único de contar seus casos e segredos, aventuras e confissões registradas com vários detalhes. "Era fantástico como tinha o dom de contar suas histórias das mais variadas vivências. Estas eram descritas com tanta delicadeza, como se fossem um livro, que paramos para contemplar cada página", diz seu sobrinho Thiago.

Ela foi luz, "assim iluminou a todos que tiveram a honra de tê-la conhecido", declara Thiago.

"Agora, sua luz continuará brilhando lá do alto, com Deus, e com certeza, alegrando lá em cima", finaliza Marcos.

Marilza nasceu em Itabira (MG) e faleceu em Contagem (MG), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelos familiares de Marilza, Marcos Benedito Fontes e Thiago. Este tributo foi apurado por Mateus Teixeira, editado por Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de julho de 2020.