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Ozéias dos Santos Conrrado

1948 - 2020

Um tio que subia no abacateiro, bem lá no alto, para pegar os melhores frutos e oferecer às sobrinhas.

Carinhosamente chamado de Zéia, era um homem muito trabalhador. Chegava antes do horário no trabalho.

Mesmo depois de aposentado, continuou trabalhando, só parando a contragosto. Era também um inventor. “Nos momentos de folga, estava sempre inventando alguma coisa para fazer em casa”, relata sua sobrinha Karina.

Dedicou toda a sua vida ao amor e ao cuidado: de seus pais, sua irmã... Era zeloso e não media esforços pelos seus sobrinhos, sendo esta uma das razões pela qual tanto trabalhava. Quando recebia uma de suas sobrinhas em casa, lá estava Zéia, no alto de um abacateiro, apanhando alguns frutos para que ela pudesse satisfazer o desejo de comê-los. “Lembro-me dele lá no alto, pegando abacate e eu pedindo que ele descesse, com medo que ele se machucasse”, relembra Karina.

Sem cerimônias, oferecia para comer tudo o que havia em sua casa. Adorava uma fartura! Flamenguista que era, não se furtava a ver os jogos, tampouco de beber uma cervejinha aos finais de semana. Adorava também reunir a família nas festas de final de ano.

Muito honesto, fazia questão de manter todas as suas contas em dia, prezando pela importância de manter o seu bom nome na praça. Zéia era um homem íntegro e carinhoso e, neste momento, está junto a quem tanto amou e cuidou.

Ozéias nasceu em Juiz de Fora (MG) e faleceu em Juiz de Fora (MG), aos 72 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Ozéias, Karina Conrado de Souza Pereira. Este tributo foi apurado por Michelly Lelis, editado por Marcos Concórdia, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 26 de junho de 2020.