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Palmyra Vaz

1930 - 2020

Era uma taurina determinada. Uma mulher de inúmeras virtudes e qualidades, que amava ir à praia aos domingos.

Nascida em 08 de maio, sob o signo de touro, já nas décadas de 1950 e 1960 era uma pessoa multifuncional, à frente do seu tempo.

Determinada, prestativa, alegre, amorosa e sempre disponível para ajudar. Palmyrinha, como era carinhosamente chamada, era um ser de luz, que transbordava amor e felicidade.

Começou a trabalhar muito cedo e foi confeiteira, balconista, vendedora de cosméticos, de joias e bijouterias, de lingeries... e, junto com a irmã Hilda Vaz, foi uma das vendedoras pioneiras de uma grande marca nacional de chocolates. Foi uma grande mulher e sempre lutou para vencer na vida.

Nunca se casou e não teve filhos. Mas a alma materna a acompanhou durante toda a vida. Palmyrinha nutria pela sobrinha um amor e um zelo próprios de mãe. “Tenho muita gratidão por todo amor e cuidado dedicados a mim”, relembra a sobrinha Simone.

Nas manhãs de domingo, já era tradição ir à praia e tomar um belo banho de sol. E quando a noite caía, curtir um cineminha era de praxe. Isso mostra o quanto amava essas duas coisas e como sabia aproveitar o domingo.

“Quero agradecer todo o amor que a senhora me presenteou durante nossas vidas, cada passeio na minha infância, as primeiras papinhas que me ofereceu, as roupinhas que mandou fazer pra mim quando participei, nos anos 70, do campeonato de velocípedes do Jornal "A Tribuninha" e de todas as vezes que torceu por mim durante as corridas. Foram tantos momentos inesquecíveis e memoráveis que compartilhamos juntas com meus pais e tios... e todos eles ficaram guardados em mim”, rememora com gratidão a sobrinha-filha.

Celebrou os 90 anos de uma vida repleta de alegrias e experiências assoprando as velinhas do bolo de chocolate feito com muito amor, carinho e dedicação por Simone.

“Estava com Alzheimer e, toda vez que ia visitá-la, ela já não se lembrava mais de mim. Mas sei muito bem quem era a senhora", conta Simone. Mesmo com essa doença, o amor de Palmyra transbordava no olhar, pois os olhos são as janelas de nossas almas e ela conseguia transmitir isso a cada olhar.

A sobrinha conclui sua homenagem com gratidão e em nome de toda a família: “O que nos conforta é que sua missão foi cumprida. Retorna agora para a Pátria Espiritual. Fique em paz e que Deus a ilumine. Sentiremos muitas saudades e te amaremos para sempre!"

Palmyra nasceu em Santos (SP) e faleceu em Santos (SP), aos 90 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Palmyra, Simone Vaz Simões Alschefsky. Este tributo foi apurado por Lila Gmeiner, editado por Thalita Ferreira Campos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 27 de dezembro de 2020.