Memorial dedicado à história
de cada uma das vítimas do
coronavírus no Brasil.
Mulher altruísta e doce. Apegada aos filhos, excelente profissional, amiga de todos e temente a Deus.
Amor ao próximo nunca faltou. Viveu primeiro para os filhos, depois para si.
Pescava nos rios - além de peixes -, histórias e lendas que encantavam suas netas.
A voz doce que perpassava as salas de aula e alcançava os corações.
Assar bolos aos finais de semana para receber os netos em sua casa era sagrado para ela.
Capotinha era o típico paraense que amava açaí com camarão.
Chamava de "físicas" as caminhadas diárias; em seguida, colocava seu "sonzinho" para dançar durante as manhãs, toda feliz.
Foi a primeira da família a ter diploma de graduação e pós-graduação, tornando-se assim, aos 45 anos, um exemplo para todos.
Persistente e sonhadora, formou-se professora e construiu sua própria escola.
Quebrando tabus, já cinquentenário tornou-se bacharel em Direito.
Defendia a diversidade, sabia o nome científico de várias plantas e adorava cozinhar. Era impossível não amá-la.
Não perdia a oportunidade de se debruçar na janela só para admirar a chuva.
Quando alguém ia embora de sua casa, ficava esperando na porta para acenar até a pessoa sumir na esquina.