1938 - 2020
Honrado e de coração imenso, preocupou-se com os seus até o fim, quando pediu aos filhos: “Cuidem de sua mãe”.
Como a família era a sua paixão, não há outra forma de contar a história do seu Paulo, sem falar da Dona Creuza, o grande amor de sua vida.
Eles se conheceram e começaram a namorar quando a jovem estava com 14 anos. O casal foi apresentado por um grande amigo, que se casou com a irmã de Creuza, inclusive. Paulo era mais velho e já traçava sua carreira como Militar do Exército Brasil. Naquela época, ainda muito menina, Creuza não quis se casar. Porém, o destino dos dois já estava selado. E, passados alguns anos, o corajoso e apaixonado Paulo, voltou a procurá-la, já com as alianças em mãos, e lhe propôs casamento novamente. Desta vez, a noiva disse "Sim" e foi aí que Paulo e Creuza começaram a partilhar seus 54 anos de matrimônio, de muito companheirismo e felicidade.
Por conta de seu trabalho no Exército, seu Paulo precisou se mudar para vários estados, junto com a Dona Creuza, com quem criou seus quatro filhos: o Cláudio, a Cláudia e os gêmeos, Paulinho e João. Já instalados no Rio de Janeiro novamente, sua cidade natal, vieram seis netos e um bisneto. Outros dois estão a caminho.
Quem conta esta história é a nora, Elaine, que reforça o quão abençoada se sente pelo tempo que conviveu com o seu Paulo. “Ele era um amigo leal, presente, preocupado e amoroso. Estava disposto a acolher e a ajudar a todos, sem distinção. A casa estava sempre aberta”, destaca. No dia a dia, além de reunir a família, seu Paulo gostava de assistir ao futebol e torcer pelo seu Flamengo. Nos dias de jogos, sentava tranquilo na poltrona do papai e via todos os programas de debates de futebol. Gostava de estar sempre atualizado.
A bondade, a honestidade, a integridade e a empatia são alguns dos ensinamentos que Seu Paulo deixa para a sua família e para os seus amigos, para quem já está fazendo muito falta.
Além dessa singela homenagem, a nora Elaine já havia demonstrado a admiração pelo sogro, a quem amava como pai. “Sou Policial Militar há 21 anos e meu nome de guerra é Figueira, assim como o dele, quando ainda era da ativa no Exército. Foi uma homenagem que quis prestar ao meu sogro, anos atrás, por todo amor que ele sempre me dedicou, como se fosse sua filha”.
E é assim que será lembrado seu Paulo Figueira, pelas memórias incríveis criadas no coração de todos os que amavam.
Paulo nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 81 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela nora de Paulo, Elaine Figueira. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Jaqueline Oliveira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 22 de julho de 2020.