Terenzio Pepe

1948 - 2020

Habilidoso e preciso com as mãos, nas horas vagas era chef e marceneiro — para a sorte dos filhos e netos.

Ele era mezzo carioca, meio italiano. Nascido na montanhosa península da Calábria, sul da Itália, veio aportar no coração na Baia da Guanabara. "Como o nome dele era diferente, geralmente as pessoas o chamavam de Terezo. Então, para facilitar, a família o apelidou carinhosamente de Enzo", explica o filho Bruno.

A brasilidade de Enzo era tão autêntica, que torcia apaixonadamente pelo Vasco da Gama. "Cruz-maltino ferrenho, vibrava ao assistir às partidas", lembra Bruno. Mas também fazia jus à sua origem: não abria mão de acompanhar o desempenho da escuderia Ferrari nas temporadas de Fórmula 1.

Engenheiro civil, Enzo trabalhou por trinta e cinco anos no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro-Xerém, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. "Ele fazia jus ao seu local de trabalho, pois dedicava-se a tudo o que se propunha a fazer com extrema precisão", conta Bruno.

Foi casado com Nair, o grande amor de sua vida, por trinta e oito anos, até o falecimento dela. Da união, vieram os filhos, Bruno e Renata.

Homem íntegro e honesto, sua maior preciosidade era a família: fazia de tudo para vê-los felizes. Marcenaria era seu hobby e bastava um tempo livre para se dedicar a ele. Estava sempre pensando no próximo trabalho em madeira para presentear os netos ou ainda preparando aquela comida italiana "que só ele sabia fazer" para as reuniões familiares.

"Meu pai deixou uma saudade quilométrica. Nem se eu somar suas treze idas à Praia do Morro, em Guarapari, no Espírito Santo, é possível mensurar, mas são proporcionais ao orgulho e ao exemplo deixado por ele. Milhas e milhas de admiração pelo Enzo!"