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Waldemar Antonio de Souza

1940 - 2020

Com perseverança, conquistou dois imóveis no prédio onde começou trabalhando como faxineiro.

Nascido em São Fidélis, no Rio de Janeiro, Waldemar Antonio desde cedo trabalhou na roça, ao lado dos pais e de oito irmãos. Permaneceu no interior até os 20 anos, quando decidiu mudar-se para a capital. No Rio de Janeiro, conseguiu emprego no mesmo prédio onde um dos irmãos trabalhava.

Sua primeira atividade foi como Auxiliar de Serviços Gerais do prédio na Zona Sul. Instalado na cidade, voltou ao interior para buscar a companheira da vida, Ilda. Casaram-se e voltaram para o Rio de Janeiro. Sônia, a filha primogênita, conta que a mãe compartilhou com ela e com o irmão Luiz muitas histórias da vida a dois. “Foram muitas dificuldades, contudo nenhum desânimo”.

No prédio, Waldemar fazia carreira. Da limpeza, passou a ser porteiro. Depois, começou a trabalhar com obras e lavava carros de moradores. Com o passar dos anos, batalhador que habitualmente foi e com a força que o acompanhava desde a infância difícil, adquiriu dois imóveis no condomínio.

Com pouco estudo, entretanto muita dedicação, trabalhava quanto pudesse para proporcionar aos filhos o conforto que não chegou a experimentar na infância e adolescência. Nas férias escolares, ele e a esposa levavam as crianças para o interior, na cidade natal, para visitar a família.

Dedicando o tempo para o trabalho e os cuidados com a família, nas horas vagas gostava de cuidar dos veículos que comprava: os Fusquinhas e as Brasílias, como conta Sônia. Também ficava muito feliz quando sabia que os netos: Deborah, Leonardo e Amanda iriam visitar os avós. “O menino que trocou estudos por trabalho, tornou-se um homem igualmente forte, amigo dos amigos, solidário e sempre ao lado da família”, recorda a filha.

Fragilizado por um derrame, que impôs restrições à sua vida, Waldemar constantemente manteve a doçura e o sorriso no rosto dedicados para os amigos e familiares. Deixou saudades e um legado de perseverança, hombridade e amor para todos que conviveram com ele.

Waldemar nasceu em São Fidélis (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 80 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Waldemar, Sonia Maria de Souza Sá. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Patrícia Coelho, revisado por Magaly Alves da Silva Martins e moderado por Rayane Urani em 17 de março de 2022.