1964 - 2020
Sonhador e sorridente, tinha coração de criança em corpo de adulto.
Após uma infância difícil com a mãe e as quatro irmãs na periferia de Belém (PA), Jorge resolveu se mudar para São Luiz (MA).
Lá, trabalhou, estudou, conheceu Zezé e constituiu família. Segundo a irmã Meire, Zezé era “sua amada” e “um não vivia sem o outro”. Tiveram os filhos Dionathan e Diego, além do neto Levi Jorge, que preenchia o avô de alegria nos últimos anos.
Aos 53 anos, formou-se em Teologia e se tornou pastor. “Era seu grande sonho”, conta a irmã.
Jorge era aquele que, com sua sensibilidade, calma e doçura, transmitia tranquilidade “mesmo em meio a tempestades da vida”. “Não se preocupe, mana! Vai dar tudo certo no final”, lembra Meire as palavras amigas e carinhosas do irmão. “Ele tinha um largo sorriso pra tudo, até mesmo nas dificuldades, e sempre dizia ‘vai ficar tudo bem’”, repete com saudade a irmã.
Jorge levava uma vida simples. “Luxo pra ele era estar com a família e tomar o açaí com tapioca, sua comida predileta”, diz Meire. “Todos os dias, me dá a sensação de que ele vai chegar aqui em Belém, na sua casa de infância, e poderei dar aquele abraço e tomar açaí com tapioca junto com ele!”
Jorge foi “cedo demais”, mas deixou na lembrança o sorriso largo e bondoso, as palavras de incentivo e esperança, os encontros e abraços acompanhados do açaí e da tapioca, os ensinamentos sobre o amor. “Ele nos ensinou o sentido de amar da forma mais pura”, finaliza Meire.
Jorge nasceu em Belém (PA) e faleceu em São Luís (MA), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela irmã de Jorge, Meire Torres. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Denise Stefanoni, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 10 de setembro de 2020.