1951 - 2021
Fazia piadas sobre os perrengues que a família enfrentara, como uma forma de levar a vida com leveza.
Ele nasceu no Sítio São Bento, pertencente ao seu avô, na cidade paraibana de Princesa Isabel. Trabalhou em agricultura familiar até seus 19 anos. Depois foi rodoviário: começou como cobrador de ônibus, foi promovido a motorista e aposentou-se como chefe da garagem da empresa onde ingressou quando chegou a Brasília.
Nas horas livres, Sotero criava pássaros, fazia caminhadas e assistia aos jogos do Vasco da Gama, time pelo qual foi torcedor fanático. Natureza, pássaros e futebol faziam parte de suas paixões, mas a maior mesmo era a família.
Casou-se com Dina, sua prima. Deusimar, irmã da esposa, que além de prima, era cunhada e comadre, conta que Sotero a buscava na escola de bicicleta e levava doce para ela todos os dias. Quando se casou com Dina, ele passou a cuidar dos primos, que também se tornaram cunhados, como se fosse um irmão mais velho. Dina, que tinha paixão por cozinhar e uma habilidade enorme na cozinha, não deixava Sotero chegar perto de suas panelas, mesmo que ele tentasse!
Sotero foi pai de Elaine, Fábio e Erika. Um pai muito carinhoso, parceiro e um tanto exigente. Orientou os filhos quanto às melhores escolhas, contribuindo para a formação deles para além da capacitação profissional, como pessoas íntegras. Gostava de receber a família em casa, tendo sempre a mesa farta. Com sua mania de limpeza, sua casa e seu carro viviam impecáveis.
Aproveitava da companhia de seus familiares enquanto batia um bom papo sobre a vida. Mesmo sendo reservado, era um ótimo conversador. Respeitoso e bem-humorado, jamais foi grosseiro; mas não deixava de fazer piadas sobre as ocorrências do dia a dia e os perrengues que a família já enfrentara; com isso, deixava o ambiente mais leve.
A esposa de Sotero também foi uma das vítimas da Covid-19; você pode conhecer um pouco da história dela acessando a homenagem para Dina Niculau Bezerra Leite.
Sotero nasceu em Princesa Isabel (PB) e faleceu em Brasília (DF), aos 69 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela prima e cunhada de Sotero, Deusimar Niculao Bezerra. Este tributo foi apurado por Luisa Pereira Rocha, editado por Raphaela Medeiros, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 21 de dezembro de 2021.