1970 - 2021
Aos domingos, esperava a família para o café, mas já com a costela assando na churrasqueira.
Pessoa de coração enorme, ele dedicou a vida à família. Mesmo sem muito estudo, fez de tudo um pouco para dar uma vida melhor para as filhas e a esposa. Batalhador, formou as duas filhas mais velhas e deixou a caçula consciente da importância dos estudos e da necessidade de garra para lutar por uma vida melhor. Desejava muito um netinho e teve o privilégio de realizar seu sonho e ser o “Vovô Paulinho” por um 1 ano e 2 meses.
Para sobreviver, Paulo teve muitas profissões: foi porteiro, motorista particular, taxista. Por último, conseguiu ser aprovado em um concurso da prefeitura municipal de sua cidade para o cargo de motorista do caminhão de coleta de resíduos. Ele permaneceu nesse trabalho até falecer e exibia seu crachá como um prêmio, sempre falando com muito orgulho de como, aos 45 anos e sem estudos, conseguiu ser aprovado em um concurso público.
Camila guarda a lembrança da pessoa carinhosa que ele foi, que gostava de ouvir músicas até tarde no domingo, e também lembra da pessoa carismática que ele era: “Não media esforços para ajudar a todos. Tínhamos costume de brincar com ele, dizendo que ele era 'vereador', por conta de tantas pessoas que conhecia e cumprimentava em qualquer passeio”.
Paulo nasceu em Santo André (SP) e faleceu em Maringá (PR), aos 51 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Paulo, Camila Garcia Felix. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 26 de maio de 2023.