1930 - 2020
Reunidos na calçada, não entendiam as letras estrangeiras, mas todos amavam ouvi-lo cantar.
Ele era conhecido como "Josebinha", trabalhava como frentista, estava sempre de bem com a vida e era muito brincalhão.
José adorava músicas antigas. Os clássicos tocavam seu coração tão intensamente que apenas ouvir não foi suficiente. Quis aprender a cantar aquelas canções e, para isso, se dedicou a aprender outros idiomas em todas as suas horas livres.
Todos os sábados, sentava na calçada reunido com familiares e amigos para cantar. "Ficávamos cantando músicas em espanhol, inglês e italiano. Ninguém entendia nada, mas era muito bom escutá-lo. Dávamos boas risadas", conta sua nora Gizele.
Muito amoroso com a família, tinha dois filhos, Júnior e Márcia, e um neto chamado Rafael. Fazia o possível e o impossível para ver todo mundo feliz.
A grande paixão de sua vida foi a esposa, Cosma Rosa. Encantava a todos a forma como ele tratava sua eterna namorada. "Olhava para ela com tanto amor que parecia que era a primeira vez que os dois se encontravam", diz Gizele.
"Besame, besame mucho, como si fuera ésta noche la última vez." Foi a última música que cantou e suas últimas palavras.
Ficam as lembranças mais lindas e uma saudade enorme dos sábados na calçada, embalados com músicas de amor.
José nasceu em Fortaleza (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 89 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela nora de José, Gizele. Este texto foi apurado e escrito por Millena Mara de Oliveira Pereira, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 3 de junho de 2020.