1955 - 2021
Viveu muitos milagres ao longo da vida: gerou sua filha, viu seu filho ser curado com orações e conquistou a sua casa.
Celina teve uma vida muito difícil desde pequena. Perdeu os pais ainda criança e foi criada pelos tios. Apaixonou-se, mas só pôde se casar com o amor de sua vida três anos depois, desprezando os olhares de todos os demais que por ela se apaixonaram nesse intervalo de tempo.
Viveu muitos milagres ao longo da vida. O maior deles foi o de poder realizar o sonho de ter uma filha, após orar por cinco anos tentando reverter o diagnóstico de que não poderia ser mãe. Logo em seguida veio o segundo filho. Como a vida não era nada fácil em Miracema, cidade onde morava, mudou-se para Petrópolis, onde, mais tarde, vieram outros três filhos.
As dificuldades continuaram, pois Celina não podia trabalhar muito com tantas crianças. Era dedicada, amava os filhos e sofreu muitas humilhações para criá-los. Morando de aluguel, seu salário mal dava para sustentar a família, a ponto de o filho mais velho ter que trabalhar vendendo latinhas, com apenas seis anos de idade, para ajudar a comprar leite e remédios para um dos irmãos, que sofria alergias e de problemas respiratórios.
Nesse período ela chorava dia e noite, porque não havia tratamento adequado para esse filho, que chegou a ser desenganado pelos médicos. No entanto, mais uma vez ela viu acontecer um milagre em sua vida: o menino ficou curado depois de várias campanhas de oração.
Com muita dificuldade, quando já estava com cinco filhos, conseguiu trocar uma geladeira por um pequeno pedaço de terreno, o que se tornou a sua grande realização: parar de pagar aluguel e ter sua casa própria.
Celina sempre foi uma mulher forte e batalhadora. Lutou muito para criar os filhos e só conseguiu um trabalho melhor quando a caçula, Andrea, completou oito anos. É justamente ela quem conta, sobre sua mãe: “Não sei avaliar o tamanho da dor por ter perdido essa grande mulher, que amava a família, os filhos e os cinco netos, sua maior paixão: dois meninos e três meninas, exatamente como seus filhos. Ela estava sempre atrás de nós, cada semana na casa de um, ajudando e cuidando dos netos”.
E Andrea continua: “Uma grande mulher! Minha mãe era saudável, tinha uma força incrível! Venceu todos os obstáculos possíveis na vida. Ficam as lembranças da mãe maravilhosa, amiga e matriarcal que ela era. Deixou o marido que ela tanto amou, meu pai — a índia mais linda que conheceu"!
Celina nasceu em Miracema (RJ) e faleceu em Petrópolis (RJ), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Celina, Andrea Breves. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 10 de novembro de 2022.