1964 - 2021
Teve uma história de lutas e viveu intensamente o amor e o cuidado pelos filhos e pela netinha.
Madalena ou Lena, como era chamada pela família, era pura emoção!
Nascida no interior do Espírito Santo, possuía cinco irmãos. Eles não eram todos unidos entre si, mas ela fazia questão de manter o vínculo com todos eles. Amava demais seus sobrinhos e muitas vezes, ao ajudá-los, deixava os filhos com um pouco de ciúmes.
Sua vida não foi nada fácil. Aos 8 anos, conforme era costume na época, quando "as coisas ficaram difíceis", seu pai "confiou sua educação a outra família”, como se dizia. Assim, desde cedo, ela começou a trabalhar como babá. Sofria diversas humilhações, mas sempre seguia em frente.
Madalena não tinha medo das coisas e ensinou os filhos a lutar por tudo o que queriam. Em 2010, com a morte de seu pai, além de cuidar dos filhos, assumiu toda a responsabilidade sobre sua mãe.
De choro fácil e coração generoso, vivia para ajudar as pessoas e muitas vezes, quando estas eram ingratas, passava dias chorando! Mesmo assim, nunca deixava de ajudar, chegando a levar pessoas desamparadas e que viviam na rua para dentro de sua casa. Ajudava seus poucos amigos a se reerguer, correndo atrás de empregos para eles. Ela criou os filhos dentro da igreja, e dizia a eles que essa era a sua missão. Para ela, viver o evangelho de Jesus era exatamente isso: ajudar as pessoas.
Nos últimos anos de vida, Maria Madalena viveu pela netinha Luana que, quando nasceu, não podia ser visitada sem alguma dificuldade. No entanto, ela lutou por seus direitos de avó, sem desistir, causando até ciúmes nos filhos. Sua alegria era receber o pagamento e ir comprar qualquer coisinha para a neta, como demonstração de carinho. Amava e se desdobrava muito por Luana, que sabia que era muito amada.
André Luiz, seu filho, conta saudosamente: “Minha mãe nos criou, meu irmão e eu, com muito zelo e morria de ciúmes de nós. Era sua maneira de dizer que nos amava. Seu jeitão duro por fora, devido aos sofrimentos da vida, talvez não permitisse que ela falasse sobre seus sentimentos; mas era apenas casca. Por dentro, era manteiga pura".
"Sinto a falta dela, que, como mãe, tinha sempre uma palavra de direcionamento para nós e sempre acertava sobre as coisas. Parecia que Deus soprava no ouvido dela, porque ela sempre acertava. E isso é o que mais me faz falta!”
Maria nasceu em São Gabriel da Palha (ES) e faleceu em Vila Velha (ES), aos 57 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Maria, Andre Luiz de Brito Tonelle. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 24 de fevereiro de 2023.