1972 - 2020
Atleta aguerrida, tinha o dom de mostrar às mães de seus alunos o quão fortes e potentes elas também eram.
Cadeirante, devido às complicações da poliomielite na infância, Eliane recuperou boa parte dos movimentos. Fez três faculdades, participou de diversos programas de inclusão social e era paratleta de tênis de mesa na classe 4, defendendo a equipe da AACD de São Paulo. Em oito anos no esporte, ganhou 68 medalhas. Gostava de pagode e samba, a ponto de desfilar diversas vezes no carnaval paulistano, deslizando sorridente pelo sambódromo.
Amigos, alunos e suas mães se lembrarão de Eliane como alguém prestativa, que amava treinar e, acima de tudo, amava a vida. Ela não teve filhos e nutria paixão especial pelos “filhos do coração”, seus sobrinhos.
Sempre ativa, entrou e se tornou porta-voz do Projeto Entra na Roda, focado no direito da pessoa com deficiência. Participou por mais de dez anos do Projeto Passeando por Sampa Inclui, que promove turismo para pessoas com mobilidade reduzida. Lá, a Professora Eliane, como era conhecida, era descrita como “alegre, extrovertida e brincalhona”. Ela acreditava que a inclusão era algo possível, mas que é preciso “correr atrás”, e assim fez, conquistando inúmeros amigos por onde passou.
Eliane nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 48 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido de Eliane. Este texto foi apurado e escrito por Phydia de Athayde, revisado por Lígia Franzin e moderado por Phydia de Athayde em 20 de julho de 2020.