1969 - 2020
Uma pessoa incrível e animada. Fã de rock dos anos 80, era um ótimo dançarino de flashbacks e o rei do passinho.
O tilintar das chaves, o som dos passos, as aberturas do jornal das 20h e da novela das 21h, um toque de notificação no celular, músicas, momentos e memórias... Para Raíssa, a filha caçula de Cláudio, tudo lembra o pai.
A filha apresenta Cláudio, sobretudo como uma pessoa "incrível". O adjetivo serve para defini-lo como pai, como tio, como irmão e como filho, e também como amigo para os tantos que cativou com sua animação característica ao longo da vida. Cláudio era presença e povoará eternamente as lembranças e os corações dos seus.
Foi um filho maravilhoso para o sr. Genival, que partiu quando Cláudio tinha apenas 20 anos, e para dona Maria, que pôde desfrutar da companhia afetuosa do filho por mais tempo, inclusive, porque ambos se aproveitavam bem do fato de serem vizinhos.
Para os irmãos, Cláudio foi a mão que se estende sem pedir nada em troca. Para os sobrinhos, o tio que acolhia cada um deles como se fossem seus filhos. Animava qualquer um que estivesse à sua volta com suas brincadeiras, danças, risadas, piadas e maluquices, especialmente Ramon, Rafael e Raíssa.
Os três são frutos da união de Cláudio com Keila. A união matrimonial durou quase vinte e cinco anos e chegou ao fim em 2016, quando os dois perceberam que ainda se amavam e que, justamente por isso, precisavam seguir a vida apenas como amigos e não mais como um casal. A proximidade entre eles nunca se desfez e isso permitiu que mantivessem "uma relação muito bacana", como conta Raíssa.
Em 2017, Cláudio reencontrou o amor em Renata. Eles se completavam, formando um "casal nota 10", segundo a filha. Renata amava as maluquices do namorado e ele amava as maluquices dela. Além disso, Cláudio também foi "conquistado pelo estômago", graças aos talentos culinários de Renata que agravam toda a família. Assim, Cláudio foi agraciado com um companheirismo ímpar, tendo cativado para si mais um coração.
Raíssa explica que o pai foi uma pessoa incrível, porque era sempre muito gentil e bondoso. Era ele quem a colocava para dormir, cobrindo-a e dando um beijo de boa noite em sua testa. E foi ele quem, ao perceber a tristeza de sua menina, fez questão de acordá-la só para dizer o quanto a amava e o quanto ela é especial.
Além de amoroso, Cláudio era um pai companheiro e bastante brincalhão. Sempre que alguém cozinhava em sua casa, encarnava o jurado do MasterChef para fazer graça antes de experimentar e para avaliar o prato. Raíssa lembra que o pai "sempre imitava igualzinho o jurado" e que ela "sempre ria como se fosse a primeira vez". É fácil entender quando ela diz que Cláudio era uma pessoa que todos amavam ter por perto.
Cláudio fazia tudo o que estava ao seu alcance para ver seus filhos felizes e bem, e são muitos os momentos de alegria que proporcionou a todos. Fã de rock dos anos 80, era um ótimo dançarino de flashbacks e o rei do passinho. A família sente falta e sempre se lembrará com carinho de seu gingado quando escutar suas músicas favoritas.
Cláudio nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em Mogi das Cruzes (SP), aos 51 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelos filhos de Cláudio, Raíssa de Cássia Martins Cordeiro dos Santos e Ramon Martins Cordeiro dos Santos. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Larissa Reis, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 26 de novembro de 2020.