1971 - 2020
Nela cabiam todos os paradoxos, pois era ela mesma quem criava o seu mundo. Uma guerreira que transmitia paz.
Elaine queria ser como criança. Esse desejo não se refletia somente na teimosia e na alegria da menina-mulher que, fazendo caretas pela janela, adorava dar sustos na irmã. Ser como criança também era uma filosofia de vida da Elaine cristã: cheia de fé, pureza e dependência para com Deus.
Mas se engana quem conclui que a paulista era imatura; pelo contrário, ver a vida de forma leve foi a escolha de uma mulher cheia de experiências. Ela, que foi coordenadora de vendas e professora de ensino religioso, conduzia a vida como fosse uma brincadeira de Mamãe e Filhinha, na qual assumia os dois papéis com muita maestria. Sabia o momento certo de perambular com as crianças da família e o de brincar de ser de verdade e revelar a sua personalidade firme, sincera e forte; “momentos de mãezona e até de avó”, define Aidana, a irmã.
“Com fé em Deus, tudo dá certo. Então, força na peruca! Bora fazer a nossa parte”, dizia a amante das viagens, dos louvores e da vida sempre que se deparava com algum momento difícil. “Otimismo, alegria, fé em Deus, bom humor e empatia. Não media esforços para ajudar principalmente os membros da família”, conta Aidana o que fazia ser especial a menina que brincava de ser o que quisesse.
Elaine nasceu em Santo André (SP) e faleceu na Lapa (SP), aos 48 anos, vítima do novo coronavírus.
Jornalista desta história Irion Martins, em entrevista feita com irmã Aidana Leite Silva, em 20 de julho de 2020.