1944 - 2020
Mal aprendeu a escrever o nome, mas lutou bravamente para que os filhos fizessem curso superior.
Quando os primeiros raios do Sol dessem sinal do início de mais um dia, era também sinal de que em poucos minutos Augusto, o amante das madrugadas, estaria indo anunciar um recomeço nos sinos das catedrais; que no contexto familiar eram os quartos dos filhos. Eles, que esboçavam ligeira e dramática reprovação em ter que abandonar o sono, por outro lado admiravam o amor que o pai tinha à vida.
Além de festeiro e dançante, o eleitor de Lula, fã de Roberto Carlos e de sertanejo raiz sabia a hora de ser sério e lutar pelo futuro da família. "Sempre dizia que essa era a herança que deixaria para nós", conta a filha Rita sobre a educação intelectual que Augusto sempre priorizou na vida de seus filhos.
"Baixinho, não! Eu sou Augusto Soares!", reafirmava com orgulho aquele que sabia que dirigia mal, mas usava a característica para dar sustos em sua amada família quando fazia seus passeios tão cobiçados. O baixinho-jamais-baixinho viveu os últimos dez anos de vida em um sítio com Lenita, sua companheira nesta reta final. "Deixou sete filhos, um monte de histórias engraçadas e um vazio enorme. As festas em família nunca mais terão o mesmo brilho!", são as palavras de Rita.
Augusto nasceu em Sororoca (MA) e faleceu em Pinheiro (MA), aos 76 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Irion Martins, a partir do testemunho enviado por filha Rita Soares, em 21 de julho de 2020.