1942 - 2020
Chamado de Painha pelas filhas, divertia-se com o apelido. Fã de Nelson Gonçalves, partiu ao som de "Boemia".
Painha — assim mesmo, com "a" — como as filhas o chamavam, foi um ótimo pai e excelente avô. Sorridente, era daquelas pessoas que se davam bem com todos.
"Ele tinha uma saúde de ferro e não se queixava de nada. Que falta faz!", lamenta a filha Elisa. Ela conta que o pai gostava de, todo domingo pela manhã, ler o seu jornal na Quinta da Boa Vista.
Juracy veio da Paraíba para a capital fluminense quando se casou. No Rio de Janeiro, formou-se mestre de obras. "Construiu sua própria casa, e nós ajudamos", conta a filha orgulhosa. Ela menciona, em suas lembranças mais especiais, uma viagem que a família fez, de carro, para o nordeste: "Inesquecível".
Inesquecíveis também eram os momentos em família, quando se reuniam tios, filhos, sobrinhos, irmãos e cada um tocava um instrumento diferente. Juracy, talentoso e dedicado, tinha aprendido a tocar cada um sozinho e ensinava aos irmãos. "Ele, particularmente, gostava e tocava muito bem sanfona", diz Elisa.
E Painha era tão fã de Nelson Gonçalves que seu velório foi ao som de "A Volta do Boêmio", aquela que diz "Boemiaaa, aqui me teeens de regresso".
Ele se foi, e às suas quatro filhas, netos e bisneto restará a saudade desse pai tão querido, para quem "não tinha tempo ruim". Sempre que se lembrarem dele, não terá mesmo.
Juracy nasceu na Paraíba e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 78 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Juracy, Elisa Araújo de Queiroz. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Lígia Franzin, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.