1969 - 2020
O roqueiro que colecionava discos de vinil. Fã da Marvel e DC Comics.
Irmão, Amigo, Roqueiro, Paixão... Eram muitos os apelidos dados a Marcos.
Era um homem de pouco luxo, muito simples. Mesmo sendo do grupo de risco, não deixou de trabalhar diariamente durante a pandemia como mecânico em uma empresa de ônibus. Trabalhava com muito capricho e dedicação e não queria deixar o emprego.
Irmão de Mauro, Marica, Mara e Márcio, e filho de Maria e Milton ─ era o mais velho dentre os cinco irmãos ─, amava a casa cheia e estava sempre presente na família, onde era considerado um paizão e amigo por todos. Do casamento de vinte e seis anos com Iolanda, não teve filhos biológicos, mas criou os oito enteados com amor e carinho.
"Não nos víamos com frequência, mas sempre que possível estávamos juntos. Teve um ano que tirei o Marcos no amigo secreto da família e, como ele adorava os personagens e todo o Universo Marvel, gostou muito do presente que ganhou de mim", conta a cunhada Sueli.
Os discos de vinil e o rock 'n' roll eram suas paixões. Era aficionado por bandas de rock, principalmente pelo heavy metal do Kiss. O sonho de ter um ambiente em casa dedicado a guardar seus discos de vinil, gibis, filmes e livros da Marvel e da DC Comics e toda sua história com o rock e os anos 80, Marcos concretizou, mas, infelizmente, não pôde usufruir por muito tempo desse espaço.
"Não sabia dizer não a ninguém. Era capaz de deixar de comer e se agasalhar para ajudar qualquer pessoa. A cidade de Embu das Artes não será mais a mesma, Marcos deixou um imenso vazio, uma dor sem tamanho", diz Sueli, que complementa: "Deus levou um anjo que fará muita falta".
Marcos nasceu em Embu das Artes (SP) e faleceu em Embu das Artes (SP), aos 51 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela cunhada de Marcos, Sueli Souza de Oliveira. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 14 de fevereiro de 2021.