1972 - 2020
Um escândalo de mulher.
A primeira coisa que vem à mente ao pensar em Rejane era o quanto ela era escandalosa. Era fácil notá-la no ambiente, porque tinha uma presença marcante, um jeito espalhafatoso e uma voz estridente que, com frequência, atingia os mais altos decibéis — isso transformava sua gargalhada em um show à parte.
É, assim, impossível imaginá-la fazendo algo pela metade. Sem entregar-se por inteira. É por isso que era vista por todos como escandalosamente gentil, escandalosamente amorosa, escandalosamente atenciosa e, de um coração tão escandalosamente grande, que abraçava todo mundo como se fosse mãe. Deixou, portanto, uma porção de órfãos.
Técnica de laboratório aplicada, esposa dedicada e mãe-amiga, Rejane, era, acima de tudo, uma guerreira. Desde 2019, lutava contra um câncer nos ovários e iria se curar. Isso é certo tal qual 10 + 10 é igual a 20. Mas não deu tempo... Os dias deviam estar monótonos no Céu, então Deus garantiu ao lado dele a pessoa certa para agitá-lo um pouco. Cada minuto com ela era um escândalo de bom.
Rejane nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 48 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Ticiana Werneck, a partir do testemunho enviado por amigo Tébaro Schmidt, em 22 de julho de 2020.