1969 - 2020
Em seu coração desmedido, ela tecia redes de apoio e construía pontes para diminuir as desigualdades.
O nome de registro era Márcia do Socorro Amorim, mas gostava de ser chamada Márcia Amorim; assim, talvez fosse para combinar com sua alma de educadora, essa gente que ama traduzir o que é difícil numa linguagem mais acessível, essa gente que não se conforma com a falta de acesso à aprendizagem e vive criando pontes, caminhos e atalhos para diminuir as desigualdades.
Professora, psicopedagoga, avó, mãe, filha e companheira. Dona de um coração generoso e do tamanho do universo.
Tinha uma história de vida baseada na luta, na garra e na força de viver. Nunca se deixou abalar por obstáculos, sempre lutou pelo que quis e conquistou tudo que desejava. Almas inconformadas são mesmo assim: veem nas adversidades verdadeiras provocações para criar novos jeitos de vencê-las.
Sua maior missão era levar alegria, coragem e esperança aos mais pobres. Fazia caridade sem olhar a quem; via apenas as necessidades a serem supridas à sua frente. Era incapaz de ser feliz e ignorar a infelicidade de seus irmãos, próximos ou distantes.
Mesmo sendo tímida, sempre falava o que pensava de maneira curta e grossa, como ela mesma dizia. Odiava mentiras e enrolação. Sempre presava pela verdade por mais difícil que fosse.
Antes de partir, viveu intensamente, amou e foi amada. Levará consigo o legado de um sorriso vibrante, de uma pessoa linda e maravilhosa. Ela não morreu, apenas nos deu um até breve.
Eterna Amorim.
Márcia nasceu em Itaguatins (TO) e faleceu em Imperatriz (MA), aos 50 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela amiga de Márcia, Lucelia Moreira da Silva. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Ana Macarini, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 29 de dezembro de 2020.