1937 - 2020
Incrivelmente carinhosa e apegada aos netos. Torcedora ferrenha do Palmeiras.
Esta é uma homenagem de Isabella Calli para a avó, Marina:
Vó Marina era um ser iluminado.
Nasceu em Pederneiras e separou-se do marido com quatro filhos pequenos, em uma época em que o divórcio era malvisto pela sociedade. Criou-os trabalhando como faxineira e se aposentou após vinte e cinco anos de trabalho na mesma empresa.
Querida por todos, era muito autêntica e não tinha papas na língua. Às vezes, soltava suas pérolas e acabava deixando uma pessoa ou outra desconfortável, principalmente quando reparava na limpeza da casa de alguém ou na forma física das pessoas.
Era apaixonada pelos netos. Carinhosa, ligava para todos e, em cada aniversário, dava-nos um presente: levava-nos para comer no McDonald's, para andar de ônibus e nos comprava sempre tênis novos. Todas as férias de julho, colocava-nos no ônibus com destino a Itajubá, em Minas Gerais, cidade onde morava.
Também era torcedora do Palmeiras. Sabia o nome de todos os jogadores e, por isso, todos os seus filhos levam nomes dos jogadores do time alviverde. Fazê-la feliz era presenteá-la com uma camiseta do time querido ou com um DVD da história do goleiro Marcos.
Tinha orgulho da família que havia criado sozinha e com tanta dificuldade. Tia Denise, sua única filha mulher, foi quem cuidou dela quando o Alzheimer chegou e, já nos seus últimos anos, devido à doença, já não se lembrava de quem éramos. Porém, nós sempre lembraremos quem você foi nas nossas vidas.
Infelizmente, esse vírus é cruel e não nos deu a chance de despedida, mas você estará para sempre na nossa história.
Marina nasceu em Pederneiras (SP) e faleceu em Itajubá (MG), aos 84 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Marina, Isabella Calli. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Mariana Lopes, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 24 de dezembro de 2020.