1933 - 2020
Nunca desistiu ou se deixou parar pelas dificuldades, era sonhador demais para não mais tentar.
Sr. Expedito tinha uma cara sisuda que, num primeiro olhar, dava medo, mas logo depois se transformava em um sorriso fácil e cativante. Adorava contar um causo, lembrar das tantas histórias vividas percorrendo o Brasil, contar piada e ser uma companhia agradável aos que estavam ao seu redor.
Sua fé era inabalável. “Orai e vigiai”, sempre dizia. O dia só começava de verdade depois de suas orações. Gostava que lhe pedissem a benção, o que Taciana Maria, sua filha, fazia sempre. “Tão bom receber seu carinho em forma de fé”, lembra ela.
Homem criativo, empreendedor desde sempre, empresário de sucessos e de fracassos. Para a família, que é enorme — irmãos e irmãs, sobrinhos e sobrinhas, afilhados, primos e primas, distantes ou não — ele era o alicerce, o chão firme que restava. Como ele mesmo gostava de assinar suas cartas e cartões, era pai e amigo, aquele que sempre incentivava e tranquilizava ao falar que se o plano desse errado, tudo bem, pois ele estaria ali.
“Papai repetia muitas vezes que ‘para morrer, bastava estar vivo’, mas apesar dessa mal falada senhora — a Morte — estar sempre por perto para nos assombrar, ele nunca deixou de acreditar no futuro, de que teria mais um dia para viver e para correr atrás dos seus sonhos”, conta Taciana Maria.
Também dizia que se morresse não queria choro nem vela, como no samba de Noel Rosa, mas a sua figura marcante, presente além da presença, tornou a missão difícil para os amigos e familiares diante de tudo o que viveram em sua companhia.
“Só desejo que papai esteja em paz, descansando ao lado do Deus, a quem ele era tão temente e devoto, olhando por nós que ficamos aqui com as lembranças”, almeja a filha.
A fé inabalável de Sr. Expedito e suas bênçãos que serviam de alicerce continuarão sendo o combustível para que a filha, assim como os seus demais familiares, possa seguir em frente, apesar da saudade.
Expedito nasceu em Buriti (MA) e faleceu em Belo Horizonte (MG), aos 87 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Expedito, Taciana Maria Caires Passos Lima. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Fernanda Queiroz Rivelli, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 3 de maio de 2021.