1933 - 2020
O carismático general que conquistava o Exército e a conversa.
"Bebia vinho todos os dias. Dizia que faz bem pro coração", conta Virgínia, a esposa de Joubert. E, de fato, segundo ela, o general da reserva estava bem. "Adorava ler, adorava traduzir, adorava o Exército, porque fez uma carreira brilhante nele", continua. Tanto que chegou a comandante militar do Sudeste e a secretário de Economia e Finanças dessa força armada.
Ingressou na carreira aos dezenove anos, quando se matriculou na Academia Militar das Agulhas Negras, a AMAN, sendo declarado aspirante-a-oficial da arma de Artilharia em 8 de maio de 1954.
Em nota, o comando do Exército disse que o carioca Joubert "realizou, com destaque, o curso de Precursor Paraquedista e Operações Especiais Aeroterrestres nos Estados Unidos da América. Ao regressar, foi pioneiro na implantação do curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro".
"A gente vivia 24 horas um para o outro", prossegue Virgínia. A grande diferença de idade entre eles ─ Joubert era viúvo do primeiro casamento ─ nunca foi um problema. Muito pelo contrário, a nova união inclusive gerou uma filha, a terceira para ele. E Virgínia sentia-se totalmente acolhida pelas outras duas que "herdara". Herdou também a missão de tornar-se, na falta dele, a "matriarca".
Virgínia faz questão de resumir as características de Joubert: "Ele era um homem espaçoso, que dominava a conversa, um bom pai, um bom avô e um excelente marido. E adorava o Exército Brasileiro".
Joubert nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu em Brasília (DF), aos 86 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela esposa de Joubert, Virgínia Valle de Oliveira Brizida. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Joaci Pereira Furtado, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 2 de janeiro de 2021.