Marilza Helena Franchini Melani

1941 - 2020

Dona de memória incrível e coração enorme, era única e, ao mesmo tempo, tinha mil personalidades dentro de si.

Esta é uma homenagem de Manuela para a inesquecível avó Marilza:

Minha avó era única e tinha uma maneira muito especial de ser. Tudo nela era excêntrico e diferente, mas, ao mesmo tempo, elegante. Minha avó sabia fazer tudo. O apartamento dela em São Paulo era o local onde passávamos nossas férias de julho e colocávamos nossa imaginação em prática. Fazíamos bolo de maçã, massa de lasanha, batata frita, comíamos pão italiano com sardella...

O lema da casa sempre foi: comer bem e receber as visitas com mesa farta. Lá era também nosso "ateliê artístico particular", onde nos ensinava a pintar, desenhar, fazer pulseiras, colares e brincos. Pegávamos seus lenços coloridos e criávamos um novo mundo, no formato de peças de teatro e desfiles de moda. Para tudo o que a gente pedisse, ela encontrava uma solução criativa ou uma resposta afiada. Era aquariana.

Descia com as quatro netas para a Rua 25 de Março para comprar bugigangas, ensinava a elas onde eram os melhores locais para encontrar cada coisa. Ensinou a pegar o metrô, ensinou sobre a vida e sobre o amor.

Contava histórias malucas de quando era estudante de graduação em História na USP, relembrava histórias de carnavais incríveis com meu avô... Ela sabia tudo da nossa família, quem era filho de quem, quem veio de onde, o que fazia tal pessoa... Era a memória ambulante de uma vida plena e feliz. Uma vida intensa com dois filhos, cinco netos, uma bisneta e inúmeras lembranças.

Não existirá jamais alguém igual a ela e seremos eternamente gratos de termos podido conviver e compartilhar com ela uma parcela de tempo.

Descanse, vovó Marilza. Espero que esteja dançando com o vovô Carlos ao som de "My Way", do Frank Sinatra.