1928 - 2020
Cuidava de todos e se doava com amor. Viveu uma vida simples, mas com muito carinho pela sua família.
Vinda de uma família grande, com muitos irmãos, trabalhou na roça, cuidando da horta, dos animais e de afazeres domésticos. Cidade do interior e diante das dificuldades enfrentadas à época, não teve acesso à educação.
Trabalhou em casa de família, foi cuidadora de idosos, casou cedo e teve três filhas. Era uma mulher religiosa, teve uma vida simples em todos os aspectos, mas sempre fez questão de cuidar de todos e se doar com amor. Costurava pijamas de flanela para os netos quando crianças e fazia uma canjica que eles se recordam muito bem. Ela amava cantar e sempre foi muito ativa.
"Ela cuidou de mim como mãe, pois meus pais trabalhavam fora. Minha avó não gostava de fotos, não conseguia entender a internet e, com seu jeito simples, muito menos aceitar que um celular tirasse fotos e fizesse chamadas de vídeo. Era muita tecnologia pra ela", conta Amanda.
Era também uma mulher de ideais conservadores. "Mas sinto falta do olhar repressor, da sua voz, da cantoria e principalmente da última frase quando nos vimos. Ela disse: 'Você é o grande amor da minha vida'", relembra a neta.
"Obrigada pelo legado de doação e amparo que nos deixou. Você também é meu amor, vó."
Maria nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu em São João de Meriti (RJ), aos 92 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Maria. Este tributo foi apurado por Ricardo Pinheiro, editado por Denise Pereira, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 9 de junho de 2020.