1941 - 2020
Na estrada se realizava conduzindo a “pombinha-branca” por todos os cantos de Minas Gerais.
Walter nasceu em Passa Três e era o quarto filho de uma família de sete irmãos. Ao se casar, mudou-se para Nilópolis e se tornou pai e avô apaixonado. Era presente, carinhoso e muito amoroso com a filha e os dois netos, que o chamavam de “velhinho”.
Brincalhão e muito falante, era um contador de histórias. A filha Ane compartilha uma delas, em que ele quase foi preso em Paquetá por estar cavando dentro de um convento em busca do tesouro enterrado. Desejava ter prosperidade e sonhava encontrar a fortuna que mudaria toda a sua vida. Enquanto idealizava, trabalhava muito, com afinco e dedicação, percorrendo as rodovias como caminhoneiro.
Para Walter, trabalho e lazer se misturavam, pois era na estrada que encontrava o sustento e o prazer. Gostava de viajar em seu carrinho, apelidado “pombinha-branca”, explorando os recantos de Minas ou visitando a neta em Friburgo. Faziam parte do passeio as paradas para almoçar no Varandão e para fazer compras no mercado Cavalo Preto.
A sobrinha Valéria descreve-o como um tio querido por todos e se recorda de sua paixão por doces. Andava com balinhas de tamarindo no bolso e gostava de doce de leite. Também apreciava o angu e a cachacinha.
Walter escrevia muitos versos e até criou o bordão: “Pow, garota, sabe de nada não, menina?”.Era a alegria em pessoa e, quando estava presente, o riso era garantido. Resta a saudade...
Walter nasceu em Passa Três (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 79 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela sobrinha e pela filha de Walter, Valéria e Ane. Este tributo foi apurado por Saory Miyakawa Morais, editado por Marina Machado Pereira Lins, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 31 de agosto de 2021.