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Francisco Rudson Rocha Aquino

1968 - 2020

Na busca pelo amor ideal, amou bastante; os filhos, principalmente, e a vida sempre, em cada detalhe.

Rudson era policial militar e árbitro de futebol. E, definitivamente, apaixonado por tudo que fazia.

Relembra com saudade a sobrinha Jessyca: "Depois que se aposentou no futebol, toda semana repetia que a barriguinha estava crescendo. 'Mas já, já perco', dizia ele, vaidoso e de olho nos seus muitos 'contatinhos'. Era uma graça ver meu tio sempre animado e em busca do 'amor perfeito'. A cada namorada, ele apostava que seria a mulher ideal."

Um homem que gostava de viver intensamente cada momento da sua vida. Inclusive os amores não correspondidos. Por ter um jeito muito divertido, acabava levando com bom humor até os desamores e, quando contava, provocava risadas inesquecíveis.

Mas sem dúvida, uma das suas missões na vida foi amar e cuidar incansavelmente dos seus filhos e da família. Ele pensava e agia segundo a filosofia: "não basta ser pai, tem que participar de todos os momentos da vida deles”.

Ele gostava muito de comer, mesmo estando sempre de dieta. Gostava também de uma boa conversa, seja sobre a sua própria vida, as suas várias histórias de amor, qualquer tema... Onde havia comida e gente conversando, lá estava o Rudson!

"Meu tio era cheio de vida. Uma das lembranças mais lindas que temos dele é seu jeito de ajudar os outros de alguma forma. Podia ser uma carona, uma conversa, dar atenção ouvindo quem precisava... Ele acreditava na vida, no ser humano; e sua alegria de viver e ajudar a sociedade era incontestável", conta Jessyca.

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Para a amiga Cezias, Francisco era subtenente muito "caxias" e muito difícil de lidar, sempre fechado para falar sobre sua vida pessoal. Tinha dois filhos e era muito correto em tudo.

"Para descrever meu amigo, o tempo seria pouco. Com o tempo, criamos um laço de amizade muito grande, ele sempre estava próximo a mim em tudo, nossas dores eram compartilhadas. Fico triste, pois comparando tudo que ele fez por mim e para mim, eu praticamente nunca fiz nada por ele. Nunca me abandonou em nenhum momento. S Ten Rudson vai me fazer muita falta, tínhamos preparado tanta coisa pra fazer depois dessa pandemia! Me conheceu na fase boa e na ruim e nunca me tratou diferente. Amizade de verdade", relata sua amiga Cezias.

Francisco nasceu em Fortaleza (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelas sobrinha e amiga de Francisco, Jessyca Campos de Aquino e Cezias. Este tributo foi apurado por Thyago Soares, editado por Denise Pereira e Raiane Cardoso, revisado por Lígia Franzin e Didi Ribeiro e moderado por Rayane Urani em 24 de junho de 2020.