1948 - 2020
Pensar nele remete à memória de um delicioso aroma de camarões, vindo da sua cozinha.
Sabe alguém cuja história de vida é cheia de detalhes incríveis? Seu Sidney era assim. Vaidoso e durão, não era de falar muito, não.
Mas tinha um jeito muito especial de demonstrar seu afeto: Ele cuidava, se preocupava e protegia.
Acompanhava sempre a filha, que adotou como sua, quando se apaixonou pela mãe dela. Levava-a ao ponto do ônibus e ia esperá-la voltar. Era também dedicado aos seus outros dois filhos “de sangue” frutos de um outro relacionamento.
Apaixonado pela profissão, continuou cozinhando profissionalmente, mesmo depois de aposentado. Acordava, diariamente, antes das quatro horas da manhã, para organizar e providenciar os itens do cardápio. Era chef de cozinha de múltiplas culinárias. Mas especialista em frutos do mar.
Das histórias que a filha conta, uma é muito especial: Ele era muito devoto de São Jorge. E o motivo, segundo ele dizia, foi que no dia do seu batizado, o padrinho, escolhido pelos pais, não apareceu e então colocaram o Santo Guerreiro como seu padrinho! E veja que foi se juntar ao padrinho, bem na data em que ele é festejado, no dia 23 de abril.
No dia em que partiu, a igreja de São Jorge, que fica próxima à casa da família, fez a tradicional queima de fogos. Mas desta vez, pareceu diferente... foi como se o santo padrinho festejasse o encontro com o afilhado.
De cá, a família imagina esse encontro: “Guerreiro Sidney se apresentando!” Tem peixada no Céu...
Sidney nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Sidney, Clara Martins. Este tributo foi apurado por Hélida Matta, editado por Hélida Matta, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 10 de agosto de 2020.