1958 - 2021
De ponto em ponto, Basana tornou-se um admirável empreendedor de Ibitinga, Capital do Bordado.
Os sonhos de Ademir encontraram as habilidades e parceria de Niceia para se tornarem reais. Ele, um pedreiro que sonhava em vender bordados; ela, uma mulher que fazia de cada ponto do bordado sua arte e sustento.
Além dessas conexões, os dois moravam em Ibitinga, São Paulo, conhecida como Capital do Bordado. O amor uniu-os em um casamento de uma vida inteira. Logo, os planos de Ademir tornaram-se parte da vida de Niceia e, posteriormente, a realidade do casal.
Juntaram dinheiro para comprar um lençol apenas. De um passaram para cinco, depois para dez, vinte, até perderem as contas de quantas peças produziram. O sonho cresceu e superou as expectativas de Ademir. Ele, que desejava ser, inicialmente vendedor, rapidamente montou uma pequena fábrica em casa. Poucos anos depois, já tinham funcionários. O crescimento foi contínuo, a empresa tornou-se uma das mais expressivas da cidade. Ademir era conhecido pelo sobrenome, Basana, e pelo empreendimento. Mais que clientes, conquistou admiradores e amigos em Ibitinga e em diversas cidades brasileiras.
Cristiane, a única filha de Ademir e Niceia, cresceu neste universo. Tornou-se companheira de negócios do pai por 25 anos. Agora, continua o legado de seu Ademir. Ela conta que o Basana foi seu melhor professor.
A pequena família, formada por Cristiane, Niceia, os dois netos de Ademir - Pedro e Davi - além do genro Daniel, estava sempre junta. "Quem nos convidava para qualquer coisa, já sabia, só iríamos se fôssemos todos juntos. O pacote Basana's era formado por nós seis", conta.
Cristiane era vizinha dos pais. Assim, fazia muitas refeições com eles e aproveitou a presença de Basana intensamente.
Pedro e Davi eram a grande paixão do vovô, que fazia a festa com os meninos.
Ele também amava contar histórias da infância. Relembrava os primeiros anos em um sítio, a origem muito humilde e a necessidade de batalhar pelo sustento desde cedo. Apesar disso, caminhou com alegria pela trilha que foi-lhe apresentada. Amava contar piadas. Era a leveza das pescarias e alegria dos churrascos de domingo. Deixou saudades! Muitas...
Ademir nasceu em Ibitinga (SP) e faleceu em Ibitinga (SP), aos 62 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Ademir, Cristiane Aparecida Basana Garcia. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Talita Camargos, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 24 de setembro de 2021.