Raimundo Anselmo Santos Conceição

1949 - 2020

Um homem do bem, de caráter ímpar. No fim do dia, os clientes vinham e passavam horas conversando sobre tudo.

O comerciante Raimundo, ou Seu Raimundo, era apaixonado pelo trabalho. Seu pequeno comércio era também seu reino. Alí ele vivia os prazeres de um generoso contador de histórias, onde usava seu exemplo e a própria trajetória de vida para ajudar as pessoas à sua volta a evoluir, especialmente as crianças.

Era um pai de família, amigo e vizinho muito admirado, que tocava a todos com sua gentileza. Amava estar em família...

Ao lado da Bonitinha, a cadelinha que adotou, vibrava com os jogos do Vasco, seu time do coração. O amor vascaíno deixou de herança para o neto Adalton.

Sempre com sorriso no rosto, dava suas lições de vida aos mais jovens, “aprendam enquanto estou vivo”, ele dizia. A importância do uso da máscara foi um de seus últimos ensinamentos como comerciante, educador empírico e contador de histórias.

Trabalhou por 16 anos no Amazonas, distante de casa. A saudade da família e dos amigos serviam de propulsão para o melhor trabalho possível. Desses tempos, que levaram a uma melhor condição de vida para os seus, tirou não só esses bens, mas principalmente a sabedoria que gostava de compartilhar com os mais jovens, como os netos Heitor e Pedro Lucas.

“A nossa última homenagem a ele foi linda, todos os vizinhos na rua, com suas casas em luto, algumas delas com a camisa do Vasco. Todos aplaudindo enquanto ele passava pela última vez pela rua.", conta emocionada Raíldes, filha de seu Raimundo - uma dos cinco.

Foi uma despedida emocionada de celebração à vida desse homem que ensinou aos seus que as adversidades da vida podem ser alicerces para um caráter íntegro, amoroso e que celebra a vida.