1938 - 2020
Quando jovem, participou da escrita de um livro de piadas da sua amada cidade: “Lá em Quixeramobim".
Luís viveu intensamente. Para ele, cada segundo da vida era precioso. Seu sorriso brincalhão raramente saía de seu rosto, assim como as suas feições carinhosas. Gostava de conversar e estava sempre de alto-astral — principalmente quando participava do "Forró dos Véis". Tinha talento para a dança: seus passos percorriam toda a extensão da quadra, e ele se alegrava ainda mais por estar em companhia de sua filha.
Cabeleira, como também era conhecido, podia facilmente ser visto acompanhado de sua bicicleta, Judite, do seu típico sapato branco e cheirando a perfumes importados: eram a sua marca registrada. “A Judite era o meio de transporte dele. Com o tempo, ele passou a enxergar muito pouco e o que o ajudava a se locomover era a bicicleta. Na verdade, era a sua melhor companheira”, relembra Rayanne, neta de Luís. Era com as suas pedaladas que ele visitava seus irmãos queridos — José, Vicente, Hildo, Raimundo, Marina e Erotilde — para colocar o papo em dia.
Era apaixonado pela família: casou-se com Maria Nizeuda, o amor de sua vida, e permaneceram juntos por cinquenta e um anos. Foi na praça da Matriz que os dois se conheceram e depois nunca mais se separaram. Tiveram duas filhas, Naila e Nileuda; quatro netos, Rodrigo, Rayanne, Simone e Cibelly; e dois bisnetos, Ágatha e Sávila. Todos os dias Luís se encontrava com os netos na calçada, para conversar e passar o tempo juntos. Ele também considerava as amigas de Rayanne como família: contava para elas histórias de sua juventude e deixava que o chamassem de Vô.
Trabalhou durante quarenta e sete anos no SAAE, uma empresa de abastecimento de água da cidade e, quando não estava trabalhando, adorava ouvir as canções de Bezerra da Silva e assistir aos jogos do Vasco, o seu time do coração. O domingo para ele era sagrado: na parte da manhã estava sempre presente na missa.
Foi um homem alegre, afetuoso e conhecido pelos quatro cantos da cidade. O seu jeito carinhoso e divertido deixa saudade.
Luís nasceu em Quixeramobim (CE) e faleceu em Quixeramobim (CE), aos 82 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Luís, Rayanne Freitas Alves. Este tributo foi apurado por Mariana Ferraz, editado por -, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 6 de março de 2022.