1963 - 2021
Estar na estrada com os netos, pilotando seu amado carro vermelho era sua grande paixão.
Ele era o Amaro, ou simplesmente Maro para os amigos e familiares. Carinhoso, paciente, generoso — e extremamente preocupado e cuidadoso com todos —, estava sempre disposto a ajudar.
Amava pegar uma estrada em seu carro vermelho e enxergava a beleza do mundo através das janelas do veículo, sempre com um belo sorriso a bordo. Todo mês fazia questão de levar um neto para algum lugar. Sempre no carro vermelho, seu xodó. Tinha até ciúmes do seu "possante".
Certa vez viajou até a distante Fortaleza, no Ceará, e também sonhava em conhecer os Lençóis Maranhenses. Dizia que, quando fosse, levaria com ele a neta Maria Luiza.
Muito bem-humorado, apelidava todos da família e deles tirava boas gargalhadas com suas histórias "mentirosas". Ele era um piadista, lembra a neta. Apreciador de músicas antigas, Amarildo também ensaiava diversos passos de dança.
Era motorista de ambulância e por isso foi nomeado "o médico da família". Nas horas de folga, curtia uma boa cerveja acompanhada de carne de sol ou do famoso mexido de camarão preparado pela esposa. Quando o cardápio era galinha ao molho pardo, ele não comia, e ainda dizia que odiava!
Nos finais de semana, seu passatempo predileto era reunir a família em sua varanda, construída especialmente para receber aqueles que tanto amava.
"A família era tudo para o meu avô", recorda Maria Luiza. O amor é o seu maior legado.
Amarildo nasceu em Bequimão (MA) e faleceu em São Luiz (MA), aos 57 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Amarildo, Maria Luiza Silva Gonçalves. Este tributo foi apurado por Danielle Lorencini Gazoni Rangel, editado por Danielle Lorencini Gazoni Rangel, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Danielle Lorencini Gazoni Rangel em 30 de novembro de 2021.